Edigles Guedes Confesso que não vivi, Confesso que vegetei Na linha curva do horizonte Sem isca para peixe, Sem anzol para pesca, Nem linha para viagem. Coitado do Peixe Seixo, Feiíssimo que fui!... Pablo Neruda, de barrigão, Envergonha-se dos meus versos! Diz que são tão chochos, Que não merecem existir. Todavia, se os versos Que trago lá no fundo Do mar d’alma existissem Por si; já não seriam versos!… E sim, saudades das estrelas Maduras que se foram No jardim de percevejos!… Recife, 13-12-2006.