Lendo a Maçã no Escuro
Edigles Guedes
…e livre do incômodo de precisar ser compreendido.
Clarice Lispector
O Cansaço grosso das horas em brumas de Dublin,
Delineiam a face de Martim
Por dentro da Maça no Escuro?
Em que sonho você desassossegou-se?
Ah, foram os ares magnânimos do hotel de Clarice,
Minha amiga imaginativa!
Martim, não te espantes
Com as mãos impuras dos dias caóticos,
Os vermes microcósmicos é quem te entende.
O teu defeito? É o defeito de todo
Jardim que se exaspera com a pedra do dia,
Num pulo onça pintada de suspiro contido.
O defeito de ser incompreendido,
De não se suportar, enjaulado, nas linhas do romance
Que é a vida, que surge no enlace de um espermatozóide e um ovário fértil.
Martim, por que Clarice inventou-te para o crime?
Talvez porque o teu crime sja o mesmo de Clarice.
Crime de amar demais, sem armas
No peito do ponto final, sem armas na mão da vírgula.
Eu vejo tanto amor na alma calígrfa de Clarice!
Que o leitor, que há em mim, suplica-me: Ame-me t~o bem!…
25-2-2010.
…e livre do incômodo de precisar ser compreendido.
Clarice Lispector
O Cansaço grosso das horas em brumas de Dublin,
Delineiam a face de Martim
Por dentro da Maça no Escuro?
Em que sonho você desassossegou-se?
Ah, foram os ares magnânimos do hotel de Clarice,
Minha amiga imaginativa!
Martim, não te espantes
Com as mãos impuras dos dias caóticos,
Os vermes microcósmicos é quem te entende.
O teu defeito? É o defeito de todo
Jardim que se exaspera com a pedra do dia,
Num pulo onça pintada de suspiro contido.
O defeito de ser incompreendido,
De não se suportar, enjaulado, nas linhas do romance
Que é a vida, que surge no enlace de um espermatozóide e um ovário fértil.
Martim, por que Clarice inventou-te para o crime?
Talvez porque o teu crime sja o mesmo de Clarice.
Crime de amar demais, sem armas
No peito do ponto final, sem armas na mão da vírgula.
Eu vejo tanto amor na alma calígrfa de Clarice!
Que o leitor, que há em mim, suplica-me: Ame-me t~o bem!…
25-2-2010.