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Azul no Horizonte

Azulei no horizonte, De ti fiquei distante, Mas não distante calvo, De dística distância… Isto nunca! Distante: Que se perde na linha Do enigma desse dia, Tão claro, tão escuro! Eis que distância fez-se Fora da mão, de palmo De terra, onde se pisa, Cada qual com seu ramo De oliveira, em hosana, Dita para as alturas — Cavaleiro sem elmo… Pisar: onde frituras É capaz de coser O tempo na ponta hirta Da agulha de crochê, Que dorme em cesto Tão costureiro, Quanto me presto!… Azulei no horizonte, E o azul virou anil. Tenho curto pavio. A vida é curta Ou de longa-metragem? Filme de faroeste Ou de terror nas veias De quem a assiste passar, Por destrancado No quarto de dormir, Sonhando com feliz, De tão desinfeliz?… Felicidade, não vem?… Autor: Edigles Guedes.

Semelhante

De vez em quando, alguém me lembra dos meus semelhantes… Eu me pergunto, cá, com os meus botões: — Quem seria Semelhante a mim, se tão díspar eu sou de mim mesmo? Quantos viram o gato mirabolante de Alice, Zombando, à distância bruta, com seu riso galhofo, Isto ao vivo e a cores, sem aparelho tevê? Quantos ouviram o sussurrar de pedras viandantes, Aos seus pés; entretanto, ao virar-se para sondá-las, Não encontra nada — simplesmente nada por caldo Ou vírgula — , além do simples chão prosaico, de costas Dadas, ao pisar hesitante de meus próprios pés? Semelhantes a quem? Se até os ouvidos, nutridos De surdez, querem me fazer de palhaço de circo? Semelhantes a quem? Se até sentido da visão, Desprovido de seu senso crítico, me faz bobo Da corte de algum rei, que de tão bom, torna-se déspota? Quem seria semelhante a mim, Se tão contrário aos seres eu sou? Autor: Edigles Guedes.