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Pássaro

Cuido que não sucedeu manhã, Se bem que um pássaro chilreou. Janela sonsa que despertou O Sol de sua órbita celeste. A meu ver, não sucede manhã, Porquanto meus olhos se baldaram De tuas lágrimas, que escorriam Da tua fronte afora, caindo No meu regaço, abrigo de bruta Falácia; tu, porém, não te deixas… O engodo em boca desvanecer. O Sol, fulgente e bravo, por sorte Enxerga o teu rosto tão regado Das águas — mordem as duras mágoas! O astro, veraz na constelação, Estreita as mãos para te abraçar. Chamejo os ciúmes, e cuspo a fúria, Desato o fogo, trovão de amor. Digo-te o quê? Pássaro chilreante? O simples: não o vi, tão somente Escuto um lindo cicio de canto, Deitado à casa com sua janela. Autor: Edigles Guedes.

Lutas Inglórias

Brinque e pinique com meu coração risível… Andarilha, navega por terras de carnes Opulentas; teu corpo fascinante… raça De carnívora, que me devoras as pernas; Víbora, com sua língua tão bipartida, Me consomes; prudentíssima cascavel… Os beijos mais sílfides, que agora provei; E jungidos em colcha de penas, dormimos; Amanhecemos, tão sorridentes, fagueiros; De tuas mãos e carícias mil não me privo… Jamais! Jamais! Jamais! Jamais! Repito o silvo, Por longa, densa, enfática e errática, salvo A selva — mansuetude em flecha arcaica no alvo; Saliva que me nutro, como leite níveo Nos lábios do bebê nu — regaço de mãe; Da tua boca, sorvo mais o hálito puro Das manhãs e neblinas que vagam aqui; E mergulho fundo nas proezas de teus braços; Façanhas provocam-me em suspiros, delírios, Que me incutes pelos lençóis alvinitentes; De tua entranha arranco os agudos suplícios; Ah! carne de proezas, que me fazes gemer De gozo infindo, abocanho-te, gemebundo; Mastigo tuas pa...