Lendo a Maçã no Escuro
Edigles Guedes …e livre do incômodo de precisar ser compreendido. Clarice Lispector O Cansaço grosso das horas em brumas de Dublin, Delineiam a face de Martim Por dentro da Maça no Escuro? Em que sonho você desassossegou-se? Ah, foram os ares magnânimos do hotel de Clarice, Minha amiga imaginativa! Martim, não te espantes Com as mãos impuras dos dias caóticos, Os vermes microcósmicos é quem te entende. O teu defeito? É o defeito de todo Jardim que se exaspera com a pedra do dia, Num pulo onça pintada de suspiro contido. O defeito de ser incompreendido, De não se suportar, enjaulado, nas linhas do romance Que é a vida, que surge no enlace de um espermatozóide e um ovário fértil. Martim, por que Clarice inventou-te para o crime? Talvez porque o teu crime sja o mesmo de Clarice. Crime de amar demais, sem armas No peito do ponto final, sem armas na mão da vírgula. Eu vejo tanto amor na alma calígrfa de Clarice! Que o leitor, que há em mim, suplica-me: Ame-me ...