A Barata de Kafka que Virou Vaga-Lume

A lâmpada de néon
Fotofosforilou a pestana
Das persianas sintagmáticas!
Me entreguei de bandeja
Ao microfone do sofá,
Onde dormitava o Pynchon
Ao lado de Tyrone Slothrop.
Sim, botei a boca no
Trombone: — Desse jeito
Não dá pé! O alto-falante
Alardeou pro Kafka:
— Olha, que o sujeito
Está uma batata! Daqui
A pouco, ele azucrina!
A Clarice me deu uma
Bronca: — Vai belichar
Em outro lugar, esse
Aqui é meu, ó!… Fiquei
Acabrunhado, mas mesmo
Assim, pus os pés no
Peito do Gregor Samsa.
— Ou você sai daqui,
Ou essa Barata sai de
Junto de mim. Ele se
Recolheu à sua ninharia,
E falou: — Claro, eu vou
Advertir a fotogênica
Barata… Pronto. Pum!
A Barata do Kafka
Virou Vaga-Lume.

17-2-2010. 21h 39.

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