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Mostrando postagens de janeiro, 2019

Mágoa

(Rondó I) Dura mágoa que levou Doce amor de mãos mimosas. Ah! Não leve sonsas rosas, Distrações por mim colhidas. Ela nutre grã donaire. Ela goza do cetim Boa pele de carmim; A aparência, cor de vida. Quando a vi, céticos olhos Dilataram. É miragem? Ou tardia e fátua imagem Por meu cérebro tecida? Dura mágoa que levou Doce amor de mãos mimosas. Ah! Não leve sonsas rosas, Distrações por mim colhidas. Ela sorve puro incenso. Ela troça da selvagem Iracema, a índia jovem; A decência, decidida. Quando a vi, célebres olhos Ponderaram: — É delírio? Ou um cisco de colírio, Ou já musa esquecida? Dura mágoa que levou Doce amor de mãos mimosas. Ah! Não leve sonsas rosas, Distrações por mim colhidas. Ela frustra meu suplício E degusta o mel da boca, Com sabor de soez pipoca; A elegância, dor de lida. Quando a vi, erráticos olhos Proclamaram: — É quimera? Ou outra sombra de megera Por meu âmago urdida? Dura mágoa que levou Doce amor de mãos mimos