Crediário de Amor
Edigles Guedes
Eu vou abrir um crediário de Amor;
Vou comprar o Amor em parcela.
(Como se Amor fosse possível tê-lo aos goles!)
Não dá para abrir um crediário de Amor,
Pois Amor não se mede,
Não se troca, não se mercadeja
Na feira de sábado.
O Amor deixa-me isento de mim,
Num remoinho de pensamentos
Fúteis. Tão fúteis são os meus desvelos
De Amor em tormenta de chuva
(Remendada na noite calva),
Calma como um copo de vidro
E sua água potável.
O Amor é minério em sua desdita:
Hoje, chora, pelos cantos das paredes murchecíveis,
Chora tão frágil quanto é frágil
O armário inoxidável na cozinha;
Amanhã, ri às bandeiras despregadas,
Como se a folgança fosse a única linguagem
Com que se pudesse comunicar…
Mas eu ainda vou abrir um crediário de Amor;
Vou comprar o Amor em parcela
E guardar no meu peito essa dor e alegria,
Que nos fazem felizes e infelizes ao mesmo tempo.
(Eu quero do Amor o impossível de tê-lo em conta-gotas!…)
28-3-2010. 22h 03.
Eu vou abrir um crediário de Amor;
Vou comprar o Amor em parcela.
(Como se Amor fosse possível tê-lo aos goles!)
Não dá para abrir um crediário de Amor,
Pois Amor não se mede,
Não se troca, não se mercadeja
Na feira de sábado.
O Amor deixa-me isento de mim,
Num remoinho de pensamentos
Fúteis. Tão fúteis são os meus desvelos
De Amor em tormenta de chuva
(Remendada na noite calva),
Calma como um copo de vidro
E sua água potável.
O Amor é minério em sua desdita:
Hoje, chora, pelos cantos das paredes murchecíveis,
Chora tão frágil quanto é frágil
O armário inoxidável na cozinha;
Amanhã, ri às bandeiras despregadas,
Como se a folgança fosse a única linguagem
Com que se pudesse comunicar…
Mas eu ainda vou abrir um crediário de Amor;
Vou comprar o Amor em parcela
E guardar no meu peito essa dor e alegria,
Que nos fazem felizes e infelizes ao mesmo tempo.
(Eu quero do Amor o impossível de tê-lo em conta-gotas!…)
28-3-2010. 22h 03.