Ulisses e a Dama do Laço



Chamo-te infinitas vezes pra dentro
Do quarto, dormir, calma das mobílias.
E vezes infindas me denegaste
O vir para meus braços tão carentes…
Carentes de quem? Ah! Dama do laço…

Por que me negaste o vir para meus
Braços, se te chamam fragosamente?
Como chama ou flâmula tão pequena,
Mas que me formiga, meiga morena
E sirena, serena da sereia

De Homero, olvido na estante de casa.
Ah! Ulisses de volta ao deleite, leito
Com muito amor… Amor por sua Penélope,
Amor por Ítaca; e Ítaca conserva-se
Tão longe, que pena o coração doído;

E Penélope está tão longe, longe,
É somente um nome perdido ao vento,
Que sussurra logo um pedido isento.
Ah! Esse Ulisses largou de uma existência
Com riscoso riso na prateleira…

Autor: Edigles Guedes.


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